O parque solar com o melhor relação entre potência e produção fica no norte do Chile, em pleno deserto. Mas tudo o resto, do projeto à construção, fala português.
São 250 hectares, uma pequena parcela do deserto de Atacama, no norte do Chile. Ao longo desta área, e durante um ano e meio, a empresa Efacec espalhou mais 186 mil painéis solares (se estivessem em fila, daria para ir de Porto a Fátima em cima deles). Um ano depois de a obra estar terminada e o parque a funcionar em pleno – a produzir 177 GigaWatt por ano – sabe-se que tem o maior rendimento do mundo, para uma central com as suas características.
“Está bem projetado, bem construído e as condições locais são muitos vantajosas”, explica José Carlos Santos, o português que chefiou o projeto e que acompanhou, in loco, a obra até ela estar pronta. A certa altura, foram precisos 450 trabalhadores para instalar quatro mil toneladas de estruturas metálicas a uma altitude de 2600 metros. A empreitada custou 185 milhões de euros.
Jorge Amiano, diretor geral da Rijn Capital Chile, a empresa-cliente da Efacec, destaca as razões da excecionalidade do parque solar: “A principal é contarmos com o maior recurso disponível do mundo, que alcança uma produção anual de 2678 kWh/m2.” Também lhes é favorável a altitude, porque lá em cima as temperaturas são moderadas e ainda há correntes de vento favoráveis que ajudam a refrigerar os painéis fotovoltaicos.
Além das condições geográficas, a Planta Solar Jama – assim se chama este complexo de energia alternativa – conta com uma manutenção permanente, baseada em sensores que identificam quando é necessário lavar os painéis e assim manter o factor de planta (o acordo entre a potência e a produção) bem lá no alto. É que, um pouco mais para cima, há uma indústria mineira, de extração de cobre, que depende desta energia.
Fonte: Visão (Sapo)