É de lideranças que se fazem histórias épicas e é destes desfechos gloriosos, que estão ao alcance da atuação de cada um de nós, indivíduos, entidades e países, que necessitamos neste momento.
Glasgow, a capital Escocesa, concentra as atenções do mundo pelas decisões e compromissos que esperamos que os líderes mundiais aí tomem. A COP26 é talvez a oportunidade derradeira para mudar o rumo do combate às alterações climáticas, passando das intenções às ações, das ambições às concretizações e das premonições às prevenções.
O papel das nações, regiões, organizações e até a responsabilidade individual de cada um de nós não deve, nem pode, ser negligenciado. É aqui que se fará a distinção entre as promessas e o sucesso da mudança de atitude. Na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) pode haver a tendência de querer falar mais do que ouvir e por isso não haver foco no compromisso que um plano concertado (mundialmente) requer. Claramente que os tempos que vivemos requerem ação, com intenção.
À nossa escala, na Efacec estamos cientes da mudança que isso acarreta e por isso estamos motivados a viver o propósito que guia o nosso negócio – desenhar um futuro mais inteligente para uma vida melhor. Esta transição já não é de hoje e a estratégia que desenhamos é exclusivamente focada em áreas de negócio que catalisam a sustentabilidade. Sendo uma empresa que fornece conhecimento e tecnologia para este propósito, vemos nas nossas soluções um enabler e a forma de tangibilizar transição energética, incluindo a descarbonização, digitalização, descentralização e até democratização da energia.
Sendo diversificados, somos também inclusivos e isso nota-se não só nos produtos, sistemas e serviços que concebemos, desenvolvemos e industrializamos, mas também na cultura que queremos que as nossas pessoas tenham. Promovendo a circularidade, o ecodesign, a eficiência (energética e operacional) e a otimização do valor dos recursos renováveis, ambicionamos endereçar os desafios societais, não nos contentando por ser apenas mais um, e ajudando os nossos parceiros e clientes a valorizar soluções sustentáveis, pois essas promovem também a sustentabilidade do próprio negócio.
Tal como o que se espera ao nível das decisões desta cimeira COP26, também ao nível da inovação e da produção de conhecimento se espera que a cocriação e o trabalho colaborativo, em ecossistema, acelerem o sucesso do desenvolvimento de tecnologias que promovam o roteiro para a descarbonização. Esta foi a premissa de base para a nossa (Efacec) aposta patente na estratégia de inovação e materializada numa plataforma de inovação aberta.
Segundo o último relatório da IEA (World Energy Outlook, Agência Internacional de Energia) do mês de Outubro, a meta de alcançar a neutralidade carbónica em 2050 pode já estar seriamente comprometida.
As estimativas para a redução das emissões do setor energético global até 2030 baseiam-se fundamentalmente num aumento da eletricidade produzida a partir de fontes de energia de baixas emissões (solar e eólica), que deverá atingir os 500GW anuais no referido ano, acompanhado de uma redução do consumo de carvão de cerca de 20% face aos picos registados este ano e de uma redução do consumo de petróleo a partir de 2025 impulsionada pelo crescimento da mobilidade elétrica e das melhorias esperadas na eficiência dos combustíveis (designadamente o recurso a novos combustíveis “verdes” como o hidrogénio, metanol ou amoníaco).
Por seu lado, os ganhos em eficiência energética deverão conduzir a uma estabilização da procura de energia no início da próxima década, dando início a um novo ciclo de redução das emissões de CO2.
A Efacec tem na sua oferta soluções tecnológicas, e iniciativas/projetos de inovação tecnológica que contribuem para promover a descarbonização. Concretamente, esforçamo-nos por aportar valor nas contribuições que fazemos na Mobilidade elétrica e na mobilidade pública “partilhada”; na oferta vasta em termos de soluções para uma infraestrutura energética mais eficiente, maximizando a flexibilidade da sua gestão e a maximização do potencial de incorporação de renováveis; na geração sustentável de gases renováveis (hidrogénio e biogás), promovendo a valorização de resíduos; na gestão circular e no tratamento de água.
Vamos até ao detalhe dos materiais usados em cada produto para garantir um roadmap para a substituição de materiais menos inócuos para o ambiente por outros totalmente ecológicos e reciclados. As nossas soluções passam agora a ter um processo de gestão de todo o seu ciclo de vida, algo vital quando pensamos que os equipamentos instalados hoje podem estar em operação até para lá de 2050.
Energia, o Ambiente e a Mobilidade são três pilares estratégicos para o desenvolvimento das sociedades sustentáveis, nos quais a Efacec assenta toda a sua atividade. Temos o compromisso de cumprir a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, cujo objetivo é conciliar Prosperidade com a proteção do Planeta e, porque queremos melhorar, medimos o impacto através de seis ODS (Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável).
Acreditamos firmemente que a tecnologia adequada para combater as alterações climáticas já existe e com maturidade suficiente para uma aplicação imediata ou a curto prazo, sem comprometer a racionalidade económica. Ou seja, não será aqui que o problema reside.
Volto então à materialidade das decisões da COP26 – o lema “um por todos e todos por um (planeta)” deve mover os líderes mundiais num propósito comum de responsabilidade partilhada, embora o contexto político possa introduzir vicissitudes não triviais de resolver.
É de lideranças que se fazem histórias épicas e é destes desfechos gloriosos, que estão ao alcance da atuação de cada um de nós, indivíduos, entidades e países, que necessitamos neste momento. Nós estamos prontos. Queremos assumir a nossa quota parte da responsabilidade. E sim, estamos bem conscientes do poder das nossas ações.
Nuno Silva
Chief Technology Officer e Administrador Executivo da Efacec